quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como construir relacionamentos saudáveis - "corpos senta­dos em círculo, almas afastadas umas das outras".

A – Os grupos pequenos fundamentam-se em relacionamentos autênticos
Os grupos pequenos são microcosmos da comuni­dade da criação de Deus. Sempre que duas ou mais pessoas se reúnem, tornam-se o reflexo real da imagem e semelhança de Deus. Os grupos peque­nos são a arena básica ou para refletir a presen­ça redentora de Deus, ou para projetar sistemas humanos destrutivos. Todo ajuntamento, peque­no ou grande, de seres humanos vive essa tensão de manifestar uma infra-estrutura desumana ou de incorporar relacionamentos divinamente re­dentores. (GARETH ICENOGLE, Biblical foundations for small group ministry)

Corpos senta­dos em círculo, almas afastadas umas das outras.
Um líder de um grupo pequeno certa vez disse: Precisamos alcançar outro nível. Estão acontecendo coisas boas em nossos grupos, mas não o que deveria ocorrer, não o que de alguma maneira sei que pode­ria acontecer. Sentamo-nos em círculo fisicamente, mas a alma de cada um senta-se em cadeiras enfileiradas, de costas umas contra as outras, de modo que olhamos para lados opostos.
Este comentário capta a realidade assombrosa muito conhecida entre pastores e líderes de grupos. “Corpos senta­dos em círculo, almas afastadas umas das outras.”

Crescer em comunidade: o mínimo irredutível

1.      Transformação com base na perseverança (Fp 3.10-14)
Não existe comida instantânea na mesa da comunidade. Estamos acostumados a querer tudo no mesmo instante, almejamos resultados sem esforço. Os cristãos da mesma forma querem mudança sem desafio, esforço sem sofrimento, comunida­de sem compromisso.
Transformação espiritual, um dos grandes propósitos na construção da comunidade, requer o que Eugene Peterson chama de "obediência longa na mesma direção". Nin­guém é levado automaticamente à transformação espiritual. Isso requer esforço.

2.      Transformação com base na vida em comunidade (2 Pe 1:5-7,10,11)
Não se pode buscar uma vida de transformação – santificação, na linguagem bíblica – por conta própria. É uma progressão que culmina com amor genuí­no expresso em comunidade! Uma das grandes recompensas para o seu próprio crescimento espiritual é o impacto que ele tem sobre a comunidade dos seguidores de Cristo.

a)      O crescimento espiritual não pode ocorrer fora da comunidade.
Oração pessoal, leitura e memorização das Escrituras, solicitude e outras práticas espirituais são essenciais, mas buscar essas práticas fora da comunidade não leva ninguém a alcançar o grau de transformação que Cristo deseja. Ser semelhante a Cristo é ter como base a vida de relacio­namentos.

B – Como construir relacionamentos autênticos (Obs: estes conceitos são aplicáveis a qualquer tipo de grupo - tarefas, restau­ração, etc.)
 “Os crentes devem se tornar pessoas que conhecem e são conhecidas, cuidam e são cuidadas, perdoam e são perdoadas, amam e são amadas.” (Henri Nouwen, In the name of Jesus, New York> Crossroad Herder & Herder, 1993, 43)
Cinco práti­cas são absolutamente necessárias para qualquer grupo obter relacionamentos autênticos: ser transparente, importar-se, ser humilde, falar a verdade e dar apoio e aprovação.

1.      Conhecer e ser conhecido (transparência),
Para alguém conhecer os outros e se tornar conhecido, deve primeiro compreender intimidade, depois transpor barrei­ras para alcançar essa intimidade, procurando ser transpa­rente.
Ne­nhum grupo, nenhuma relação de amizade nem casamento algum alcança intimidade se as pessoas não procurarem conhecer e ser conhecidas.

a.      Aprendendo a ouvir
Todos nós queremos que os outros saibam quem somos, que se importem com nossa histo­ria, nossa dor e nossos sonhos. A maioria das pessoas prefere falar a respeito de si mesmo a fazer um esforço para conhecer o outro.

b.      Aprendendo a confiar
Comunidade verdadeira é mais do que estar juntos. Uma pes­soa não adquire confiança em outras simplesmente porque está num grupo cujos membros estudam juntos, oram juntos e têm um mesmo líder. Confiança implica relacionamento. Relacionamento é mais do que a presença física, embora isso seja o início. Para ligar-se, ou relacionar-se, é preciso conhe­cer, para conhecer é preciso esforçar-se para estar disposto a confiar. (]ulie Gorman, Comumunity that is Christian, Colorado Springs: Chariot Victor, 1993, 98)

c.       Aprendendo a remover barreiras
"Para ver, preciso estar disposto a ser visto. Se um homem tira os óculos escuros, posso ouvi-lo melhor."
Por que desejamos e até esperamos intimida­de no casamento enquanto na igreja sacrificamos a comuni­dade autêntica no altar da camaradagem informal? Por que erguemos barreiras contra a intimidade e nos conformamos com amizades superficiais? Construir uma igreja repleta de pequenas comunidades - uma igreja de grupos - requer que demos nome a essas barreiras.
Conhecer e ser conhe­cido significa demolir barreiras superficiais (óculos escuros) bem como as defesas mais profundas, como o medo, a vergo­nha, o orgulho e a preguiça.
Remover barreiras de intimidade significa rejeitar a auto-suficiência e as relações descartáveis, significa querer mais que o que Cornel West chama de 'sociedade hotel'. Nesse tipo de socie­dade, pode-se viver na companhia dos outros, mas as rela­ções são impiedosamente superficiais e passageiras. (Michael CHRISTIANSEN, org., Nashville: Abington, 2000, p.50)
Deixar que alguém enxergue nossa vida em profundida­de é o maior presente que lhe podemos dar. É um presente embrulhado em confiança, esperança e amor. (Christine M. Anderson, Equipping the saints.)
Os grupos con­seguem essa doação do "eu" por meio da auto-revelação ade­quada. Contamos nossa história e abrimos às pessoas uma janela da nossa alma.

Conhecer nem sempre se equipara a amar
Como Parker Palmer ressalta em To know as we are known, conhecer nem sempre se equipara a amar. Ele adverte contra a atitude de procurar conhecer os outros por simples curiosidade, "uma paixão amoral", ou pelo desejo de controle. Em vez disso, ele nos aconselha a buscar "conhecimento que se origina... na compaixão, ou no amor - uma fonte celebrada não em nossa tradição intelec­tual, mas em nossa herança espiritual... Nesse conheci­mento, conhecemos e somos conhecidos como membros de uma comunidade, e o nosso conhecimento se torna um meio de atar novamente os laços dessa comunidade". (San Francisco: Harper SanFrancisco, 1993, p. 8)

Qual o ambiente adequado para alcançar está realidade:
Não conseguimos mais imaginar a igreja local sepa­rada da vida em grupo, porque é dentro dos nossos grupos pequenos que cada pessoa é enxertada na comunidade de amor pela qual Cristo morreu para redimir. Você não pode reatar os laços de comunidade em sua igreja - oferecer a cada membro o dom de conhecer e ser conhecido - à parte da estrutura do grupo pequeno. O relacionamento autênti­co é um fator inegociável para criar comunidade bíblica, e ser transparente é o primeiro passo nessa direção.

2.      Amar e ser amado (importar-se),
À medida que passamos para níveis mais profundos no conhe­cimento um do outro, aprendemos a amar e a ser amados. Je­sus diz: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos" Jo 15.13
Em sua primeira carta, João cita esse exemplo de entregar a vida pelos outros: "Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?" 1 Jo 3.17
Esse tipo de amor ousado, compassivo, vivificante, o amor de 1 Coríntios 13, começa com ouvir e lembrar.
Talvez o grande termômetro de relacionamentos verda­deiros e amorosos é a profunda tristeza vivida quando esses relacionamentos terminam. Construir intimidade ou comuni­dade verdadeira requer amor, perdê-las traz tristeza. Jesus chorou quando Lázaro morreu (Jo 11); os presbíteros de Éfeso choraram muito com a partida de Paulo (At 20).

a.      Amar as pessoas é ter tempo para elas
A maioria dos líderes está ocupada demais para deixar de lado a lista de afazeres, esquece que se deve primeiro “amar as pessoas” se preocupar com elas. O lema é: "Nós temos necessidade, você tem energia, por­tanto temos um combinado!". O sonho dos líderes é que os liderados não passem por nenhum tipo de dificuldade, para não se perder tempo!
Destes se poderá dizer: Este é o meu pastor, nada me faltará! Ele me leva a seminários, mas ignora a minha alma. Ele me faz evangelizar de porta em porta por causa do seu emprego. Enquanto eu ando para lá e para cá pelo corredor da igreja, ele não está comigo. Sua esposa e seus obreiros de mim se escondem. Ele me leva para o jantar missionário e me enche de jantares beneficentes, e o meu refrigerante transborda. Certamente o departamento de finanças da igreja vai me se­guir todos os dias da minha vida! E eu vou morar no berçário para sempre.
            Quando você recebe uma ligação do seu líder; o que você pensa? “Que bom, o meu líder está me ligando porque se preocupa comigo: ele me ama!” ou lhe vem à mente; “será o que ele quer dessa vez: ele nunca se preocupa comigo!"

b.      Amar as pessoas é ter um ouvido atento e uma memória atenciosa
O ouvido atento flui para a lembrança atenciosa. Enviar um cartão de gratidão, lembrar alguém que você está oran­do por ele, abraçá-lo após o culto, dar um presente simples ou incentivar alguém com uma mensagem eletrônica ou um telefonema; são gestos simples que dizem bem alto: "Estou me lembrando de você!".
Juntando todas essas pequenas expressões de amor, cria-se um ambiente que gera integri­dade de relacionamentos e transformação espiritual.
Quando nos lembramos das pessoas elas se lembram de que Jesus se preocupa com elas. A lembrança atenciosa age como "lembrete vivo de Jesus Cristo". Aqueles que exercem o ministério pasto­ral- pastores e líderes de grupos pequenos - são lembre­tes restauradores que ajudam as pessoas a unir-se ao Cristo que sara e à comuni­dade que consola.

Conclusão: O grau em que os integrantes do seu grupo se conhecem e se amam vai ser a evidência do relacionamento autêntico. Unir-se me­ramente e não conhecer de fato propicia uma camada super­ficial de sociabilidade. Conhecer e não amar produz apenas uma familiaridade típica entre colegas.

3.      Servir e ser servido (humildade)
A humildade que se origina em servir uns aos outros. O líder cristão que não está disposto a servir não está apto para liderar. Mas é impressionante quantas vezes acabamos confiando na sabedoria convencional em vez da prática bí­blica.
Servir aos outros pode às vezes passar despercebido, mas não servir aos outros como um dedão ma­chucado; todos percebem!
 Como o pessoal da limpeza que "não limpa janelas", podemos escolher somen­te aquilo de que gostamos ou de que obtemos algum be­nefício. Jesus não era assim. Jesus "carregaria cadeiras". Na verdade, Jesus lavou pés. Nós não prestamos para lavar pés, mas Jesus pegou a toalha, a vasilha e lavou os pés. João escre­ve que Jesus "mostrou-lhes então que os amava perfeitamen­te" (Jo 13.1).

a.      O líder servo é seguido
Essa dedicação ao serviço não é valorizada por advoga­dos e corretores de valores, políticos e atletas profissio­nais. E, para ser franco, não a enxergamos no espelho com a freqüência esperada.
Quando, porém, um líder é modelo de servo, os membros do grupo quase sempre seguem seu exemplo. Ser servido pelos outros significa que nós tam­bém somos necessitados, algo que o nosso orgulho nega.
É por isso que o apóstolo Pedro inicialmente se recusou a deixar que Cristo lhe lavasse os pés. Paulo define humilda­de como algo que "vestimos" como uma roupa.

b.      Desenvolvendo a prática do serviço
Uma ótima maneira de seu grupo praticar serviço é ajudar pessoas que não têm condições de devolver o favor. A Bíblia as identifica como o pobre, a viúva e o estrangeiro. Dar auxílio a essas pessoas não se parece nada com nosso costume. Em geral, gostamos de dar presentes para pessoas que mais cedo o mais tarde nos retribuirão. Dar à maneira de Deus é descobrir necessidades, depois servir e amar alguém que não tenha condições de retribuir. Isso cria atmosfera de humildade num grupo pequeno.
Um grupo de casais certa vez conheceu uma mulher (que não fazia parte do grupo) cujo marido tinha acabado de abandoná-la com três filhos, urna casa grande e sem rendi­mentos. Os membros decidiram cortar a grama e limpar a casa durante todo o verão. Até hoje apenas um membro do grupo encontrou a mulher. Os outros a serviram em silêncio, sem encontrá-la.
Quantas vezes servimos porque desejamos ouvir: "Obri­gado!". Ou esperamos receber de volta um favor. Mas Tiago nos diz que a verdadeira religião é serviço ver­dadeiro, como, por exemplo, cuidar dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros em suas dificuldades - pessoas que nun­ca poderão retribuir o favor (Tg 1.27). Esse tipo de serviço despoja seu grupo do orgulho.

Conclusão: Os relacionamentos autênticos se desenvolvem quando as pessoas estão dispostas a viver assim. Esse ambiente de conhecer e ser conhecido, amar e ser amado, servir e ser servido pavimenta o caminho que os grupos alcancem o seu verdadeiro objetivo: transformar vidas, como Deus deseja.

4.      Admoestar e ser admoestado (falar a verdade)
Até aqui, construir relacionamentos autênticos de grupos pequenos soou bem aos nossos ouvidos. Mas repreender e ser repreendido? Quase todos preferem fazer um tratamen­to de canal de um dente a entrar no potencial caos de relacio­namento quando uma irmã repreende a outra em comunidade.
Pôr esse valor em prática requer trabalho do núcleo de nossa liderança e esforço nos grupos pequenos, trabalho este que às vezes tem proporções hercúleas. Persistimos porque as Escrituras nos mandam perseverar. O ato de falar a verdade cria problemas quando negligenciado, mas gera crescimento espiritual quando exercido corretamente.

a.      Imperativos bíblicos:
 “Nós o proclamamos, advertindo (nouqete,w noutheteo) e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamen­te em mim" (Cl 1.28,29).
"Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habi­te ricamente em vocês a palavra de Cristo, ensinem e aconselhem-se (nouqete,w noutheteo) uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gra­tidão a Deus em seu coração" (Cl 3.15,16).
“Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam (nouqete,w noutheteo). Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros" (1 Ts 5.12,13).

b.      A necessidade da edificação
            "Repreender", "aconselhar" ou "advertir" traduzem o gre­go noutheteo, que significa "pôr na mente", "admoestar" ou "chamar a atenção", e é, portanto, uma forma de ensino.
Embora "admoestar" (aconselhar) refira-se principalmente a correção, como nos versículos acima, muitas vezes tem que ver com ensino, incentivo e edificação ou aconselhamento. O ministério de admoestação convoca as pessoas a mudar, em seguida provê incentivo e ensino para ajudá-las na mu­dança. É uma expressão de amor e verdade genuínos da qual não há volta.

c.       Devemos abandonar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25)
"Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próxi­mo, pois todos somos membros de um mesmo corpo".
Mesmo assim, temendo o conflito, quase sempre evita­mos falar a verdade. Que mensagem você muitas vezes pen­sa, mas nunca diz a uma pessoa amada? Escreva a admoestação ou aprovação que você deseja possa ser dita. Agora, o que o impede de falar? Provavelmente você está preocupado em não magoar, irar ou embaraçar a outra pessoa (ou você mesmo). Talvez você questione se tem o direito de falar palavras du­ras, ou se evitar conflito e desentendimento é mais parecido com o modelo de Cristo.
Esconder a verdade rouba das pessoas a oportunidade de crescer. A verdade é o alicerce de todo relacionamento autêntico. Confiar verdadeiramente um no outro significa falar e ouvir a verdade um ao outro.
Sem admoestar um ao outro, nossa vida em grupo fica amordaçada pelo faz-de-conta, moldada por pressuposições falsas, repleta de expectativas não alcançadas. As emoções permanecem enterradas, a dor é medicada, mas nunca aliviada, e a pessoa com quem almejamos o relacionamento pas­sa a ser apenas mais uma de uma longa lista de conhecidos.

Resumo: Quando amamos, servimos e admoestamos em nosso grupo, sentimos o calor da comunidade cristã difundido por toda a igreja. Os grupos permeiam cada área de minis­tério, tocando vidas profundamente, do mesmo modo que os primeiros cristãos faziam.

5.      Celebrar e ser celebrado (apoio e aprovação)
A maioria das pessoas acredita que "quanto mais sisuda é a sua cara, mais santo você é". Qualquer pessoa que sorri muito está se di­vertindo demais, e isso significa pecado na vida!

a)      A Bíblia não equipara melancolia à santidade.
Do mes­mo modo que Jesus e Paulo, os grupos pequenos devem celebrar a obra de Deus em sua vida. Lembramos uns aos outros que Deus e gracioso, a redenção é real e Cristo está operando em nos. A celebração aparece em toda a Bíblia.
·         Os anjos se alegram com cada pecador que se arrepende (Lc 15.10)
·         Somos convidados para o grande banque­te de casamento do Cordeiro (Ap 19.9).

b)     Jesus era mestre em celebrações
·         Quer transformando água em vinho em um casamento
·         Quer exultando com seus seguidores que acabavam de descobrir o Reino de Deus (Lc 10.21-24)
·         Quer participando de uma refeição com um coletor de impostos recém-redimido
A vida de Jesus foi marcada por alegria profunda. Seu amor pelas pessoas reais da vida real era contagiante. Os fariseus desmancha-prazeres, chei­os de pretensão e justiça própria, irritavam Jesus. Mas sua alegria transbordava quando ele ficava com um grupo pe­queno de pessoas reais que viviam e ministravam, buscan­do seu Reino de coração aberto.
·         Até no cenáculo Jesus falou de alegria: (Jo 15.11).
"Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa."
·         Quando esta­va próximo do momento de ser preso: (Jo 16.20-24)
"Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. [ ... ] Agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará a alegria [ ... ] Peçam e re­ceberão, para que a alegria de vocês seja completa."

c)      Paulo também estava familiarizado com a alegria
Paulo, que conhecia tão bem o sofrimento, também esta­va familiarizado com a alegria. Ele entendia que os grupos foram criados para gastar tempo em celebração:
·         Rm 12.15: "Alegrem-­se com os que se alegram",
·         Cl 3.16: Os crentes devem ensinar e aconselhar (admoes­tar) uns aos outros, mas também cantar "salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu co­ração".
·         Fp 4.4: Provavelmente de uma prisão em Roma, Paulo exortou os Filipenses: "Alegrem-se sempre no Senhor. Nova­mente direi: Alegrem-se!"
Era essencial para os grupos da igreja primitiva – e isso vale para todos os grupos – que parassem e celebrassem a obra de Deus entre eles.

Aprendendo a celebrar: (Hb 10.24,25)
“E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igre­ja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encora­jar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”
Lembre-se que vivemos numa cultura destituída de elo­gios e aprovação. Então faça disso uma prática nos grupos para dar às pessoas o encorajamento de que necessitam. Temos visto grupos que compreenderam realmente a prática da celebração:
·         Alguns colocam os membros no cen­tro e expressam palavras de aprovação.
·         Outros param em praticamente todos os encontros para honrar o que Deus está fazendo na vida do grupo.
·         Grupos tiram fotografias, pintam quadros, escrevem cartas de apoio e elogio, dão pre­sentes e cantam louvores para ter certeza de que o ministé­rio e a vida estão sendo celebrados.

Resumo Final:
Se você está procurando construir uma igreja de grupos pequenos, assuma o compromisso firme de instilar relacio­namentos autênticos em cada grupo da igreja. Introduza essas cinco práticas no cerne da vida em comunidade:
1.      Ser transparente
2.      Importar-se
3.      Ter humildade
4.      Falar a verdade
5.      Dar apoio e aprovação
Ceder nesse ponto vai com­prometer sua capacidade de criar uma rede florescente de pequenas comunidades com potencial de redenção prati­camente ilimitado em sua igreja.
Cultivar a cultura de comunidade requer que a qualidade de vida do grupo transcenda as experiências tradicionais da maioria dos grupos de estudos bíblicos, das equipes ou comi­tês. Levar os grupos de uma relação informal à comunhão com compromisso de conhecidos íntimos, amantes extraor­dinários, servos humildes, exortadores graciosos e celebrantes alegres depende de uma atitude intencional.
Buscar esse tipo de autenticidade é arriscado. E se eu for rejeitado? E se a igre­ja não estiver pronta? Quanto tempo vai levar?
No entanto, não podemos nos dar o luxo de esperar as respostas. Cada sábado marca mais uma semana de ca­rência de relacionamento entre os redimidos. E serve de marca para mais sete dias em que pessoas famintas, muito importantes para Deus, vão estar sentadas do lado de fora da comunidade redentora, esperando que algumas miga­lhas do cristianismo autêntico de alguma forma caiam da mesa da igreja em suas mãos vazias. A possibilidade de isso ocorrer é ínfima. Quase impossível - a não ser que alguém lhes mostre o caminho construindo um novo tipo de comunidade, uma comunidade em que as almas estejam de frente uma para a outra.
O líder de um grupo pequeno deve ter fé pessoal e coragem de arriscar a sensibi­lidade do encontro face a face, mesmo que o restante do gru­po se afaste temeroso. Um líder que põe de lado o escudo protetor pessoal e se aventura na presença do outro convida todo o grupo a agir da mesma maneira. A escolha de se transformar nesse tipo de pastor ou líder de grupo pequeno é sua.
Agora está na hora de iniciar ­uma vida por vez, um líder por vez, um grupo por vez. Lem­bre-se, qualquer um pode ajuntar um grupo. Corpos em cír­culo, almas afastadas umas das outras. Em vez disso, prefira construir uma comunidade de relacionamentos autênticos. Nós seguimos a Cristo, não uma convenção. Buscamos co­munidade espiritual, não mera camaradagem.
Corpos em um círculo, almas afastadas umas das ou­tras? Não aqui. Não agora. Nunca mais.
(Baseado em Bill Donaheu & Russ Robinson, Edificando uma igreja em grupos pequenos)

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